sábado, 29 de agosto de 2009

Le Cirque du Soleil

O espetáculo promete ser impassível de erros. E mesmo com algumas cordas embolando nos pés, uns passos dessincronizados ou uma acrobacia fora do tempo, aquilo ali ainda fica muito além do que eu julgava ser a capacidade humana. E incrível como consegue ser encantador do começo ao fim.Enquanto os olhos tentam acompanhar cada movimento, é impossível não perguntar: “ Como será que eles conseguem fazer isso?”
Da menininha perdida no mundo encantado ao palhaço que não precisa de nariz vermelho e maquiagem branca, é tudo surreal. E meio inquietante às vezes. Segundo o roteiro, a proposta é mesmo essa: “ encontre- se com o maravilhoso, inquietante e aterrador..”. Cada número, chegava a desconcertar. Como os acrobatas que dispensavam a cama elástica aos pés, ou o casal contorcionista que usou o corpo de um modo que eu, ainda não imaginava possível.
Tentei entender porque os circos que tinha ido antes não me deslumbravam tanto. Eis a conclusão: O Circo do Sol não precisa de jaulas, cartolas, chicotes ou muitas plumas.Os artistas não precisam estar em cima de motos, domando leões ou tirando moeda da orelha de garotinhos.Basta a sua capacidade, o seu talento e o completo domínio dos seus movimentos.Ah, seria injusto não incluir na observação a iluminação e o figurino, que são também impecáveis. Essenciais pra compor aquele quadro perfeito.
“Assistir a um espetáculo do Cirque de Soleil” deveria ser mais um dos tópicos a serem incluídos na lista de “Coisas a se fazer antes de morrer”, que todo mundo já fez ou pensa em fazer. Surreal, foi a melhor palavra que eu consegui usar pra definir.

Aquilo lá, não tem preço

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Coerência

Talvez tivesse que ser, alguém tinha decidido por ele.Mas algo sobre a maneira como ela falava, como andava, como sorria, como intrigava.. fizesse a explicação parecer pouco mais justa.
Era meio desligada, e até displicente. Sabia o momento exato de desarmar, iludindo sobre não ter a mínima intenção.E das mais lindas-o tipo de encanto que só se tornava beleza por estar combinado aqueles seus trejeitos e gestos.
Teve medo de esperar demais.Não a culparia se não soubesse o que fazer com tanto amor.. ele próprio jamais soube.O entregava desmedido, às vezes aos poucos, às vezes muito.Tinha um jeito torto de amar, desengonçado e inseguro.Costumava tropeçar, machucar sem querer ou ser machucado o dobro.Se arrependia pelas coisas não ditas, jurava-se de morte pelas impensadamente ditas...
Tentou superar seus limites, mas não conseguiu superar os dela.Tinha pouco a oferecer a alguém tão inconstante (ou semelhante).Conhecia completamente em si, as sensações que ela provocava: entre arrepios, suspiros, ataques e risos.Mas não a conhecia, nem podia.
Mais provável que a culpa enfim, não seja dela ou do seu sorriso meio tímido.Ele tinha no coração um vazio e sem pretensão nenhuma, ela acabou por ter as exatas dimensões daquele espaço.Quiçá o molde se tornasse diverso..

sábado, 31 de janeiro de 2009

A chave

Assustam-me os corações vazios.Assustam-me as mentes fechadas, as bocas abertas e as almas aprisionadas.Prefiro ver corações ocupados e mentes confusas.Prefiro bocas que não se abrem em vão e esperam pelo apelo do espírito - este, sempre livre.Admiro quem agarra o risco, brinca com a sorte e perde olhando em frente.Prefiro me aliar à coragem, do que a precaução covarde dos prudentes de araque.Não creio que erram os que amam, sofrem e recorrem à novos amores apostando as mesmas fichas. Têm o coração livre, de tanto perder ganham muito. Arriscar deve ser a chave de todos os nossos conflitos. Afinal, o medo só me tem trancado portas..