segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Eu sei o meu valor

O texto a seguir foi escrito por mim e destinado a alguém (sim, eu mandei). Bem daquele jeito, com gosto de sangue na boca! Dei uma maqueada, retirei umas vírgulas que seguiam do nome do sujeito e exclui a parte em que eu relatava uns acontecimentos que não devem vir ao caso..
Enfim, essa sou.. vocês me conhecem.


"Não sei se você tá interessado ou não, mas não é muito meu tipo deixar de dizer o que eu penso por medo de reações masculinas... também não é meu tipo fazer big textos estilo "desabafo", mas enfim.. no fundo, no fundo, "tipo" é só mais uma coisa que a gente procura pra se limitar fugindo de assumir que todo mundo pode ser tudo numa coisa só.
Ahn voltando, sem desconcentrar..
Eu nunca tive coragem de pedir nenhum tipo de satisfação sua, o que você faz, deixa de fazer e com quem. Se tem um coisa que eu aprendi( do pior jeito possível) nos relacionamentos que tive é a diferença entre uma distração e um compromisso sério. Mas depois de expressivos sinais passei a acreditar que você, infelizmente, se comporta como a maioria dos homens egoístas que tem por aí: aqueles que querem alimentar uma paixãozinha boba, desacreditando na capacidade de percepção da iludida. Isso é, se você não tem a intenção de criar expectativa ou de ser honesto, pra quê os "você é linda", "tenho saudade", "acho que sou o homem certo pra você"? Eu simplismente nunca te pedi isso. Pelo contrário, costumo travar todas as vezes que escuto essas coisas, assim tão no começo de algo.
A verdade é que eu não tenho mais paciência pra disputinha, mentira, histórias mal contadas.. Se eu te encarasse como um desses diversos menininhos disponíveis, eu relevaria. Mas acho injusto eu ter acreditado tanto em você, pra acabar recebendo o mesmo de sempre. Resumindo, não vou admitir ser uma das que você até cogita a ver durante a semana, mas foge nos fins de semana. A que você leva pra lugares legais, mas nunca apresentaria pros seus amigos. A que, dependendo do lugar,você não segura a mão. Eu sei o meu valor. Sei que eu não mereço o papel de coadjuvante.
O que a gente tinha desgastou antes de poder dar certo. Você não deixou.. seu medo te fez me matar de insegurança. Me fez sentir aquela sensação terrível de "escolhi errado de novo.." quando você se contradizia numa história ou mentia pra mim. Posso me comportar feito uma boba do seu lado às vezes.. mas não sou. Eu sei que é muito mais fácil pra vocês homens lidar com uma menininha alienada.. não com uma louca cheia de teorias e pretensões malucas na cabeça ( mas mais divertida, se me permite depor a meu favor), então se fingir de cega facilita as coisas.

É isso.. não me responda com um "Eu tentei o máximo que pude", "Nós temos objetivos bem diferentes", "Aprendi muito com você" ou "Você vai encontrar alguém que te mereça". Esses clichês me dão vontade de cortar o pulso EM MOSAICO pra ninguém nunca mais conseguir costurar.

Ao contrário clichês bem aplicados, pertinentes e ótimos para finalizar um texto que acabou ficou grande demais, então... "Se cuide".

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Amores eternos de 2 semanas

Odeio a falsa maturidade de quem começa a amar sem apostar todas as fichas na eternidade. Isso pra mim não é amor, é conveniência. "Ele tem um bom gosto musical, um bom futuro profissional e sabe contar piadas sem parecer um completo imbecil.. aham, vou ficar com esse!" Seria legal se fosse assim, amor exposto em cabides. Experimenta, dá umas duas olhadas no espelho, e se você achar que dar pra sair com isso... leva. Não é assim. As habilidades culinárias e as aptidões artísticas (infelizmente) não definem o homem ou a mulher da sua vida. No mundo de hoje, deveria ser obrigatório: assim que a palavra amor for acrescentada ao seu vocabulário, exclua a palavra 'prudência'. Não pode existir prudência nenhuma em dar a outra pessoa a capacidade de nortear a sua vida.. e o encanto tá bem aí. Soa até cômodo " toma a minha vida, amor..se vira!". No fim das contas, quem ama dosado, medido, não ama. Dignas de pena são as pessoas sozinhas, que chegaram a conhecer o amor e ele se configurou em algo injusto demais. Mas eu consigo ter mais pena ainda daquelas que por terem se machucado, começam a encarar todo relacionamento como um compromisso quase profissional: pensando cada gesto, tentando prever cada reação, agindo sob medida e morrendo de medo que passem a conhecer o que são de verdade. Por mais que meu eterno dure semanas diversas vezes, quero que sempre soe eterno pra mim, que eu planeje minha vida inteirinha com alguém que pode me abandonar em sei lá, 20 dias. Dizem que isso é coisa de ariano, querer quebrar a cara várias vezes. Ou de gente nova, que ainda não cansou de levar uns tapas da vida. Sabe, por enquanto eu prefiro! Prefiro do que medir o que dizer, como agir, o que escolher, tentar reprimir minha personalidade a beliscões, tipo mãe com criança pequena que quer falar umas verdades. Enfim...me fiz entender?

(isso de ficar sem escrever, enferruja... não vou justificar minha ausência aqui, acho que não tem pra quem)

sábado, 29 de agosto de 2009

Le Cirque du Soleil

O espetáculo promete ser impassível de erros. E mesmo com algumas cordas embolando nos pés, uns passos dessincronizados ou uma acrobacia fora do tempo, aquilo ali ainda fica muito além do que eu julgava ser a capacidade humana. E incrível como consegue ser encantador do começo ao fim.Enquanto os olhos tentam acompanhar cada movimento, é impossível não perguntar: “ Como será que eles conseguem fazer isso?”
Da menininha perdida no mundo encantado ao palhaço que não precisa de nariz vermelho e maquiagem branca, é tudo surreal. E meio inquietante às vezes. Segundo o roteiro, a proposta é mesmo essa: “ encontre- se com o maravilhoso, inquietante e aterrador..”. Cada número, chegava a desconcertar. Como os acrobatas que dispensavam a cama elástica aos pés, ou o casal contorcionista que usou o corpo de um modo que eu, ainda não imaginava possível.
Tentei entender porque os circos que tinha ido antes não me deslumbravam tanto. Eis a conclusão: O Circo do Sol não precisa de jaulas, cartolas, chicotes ou muitas plumas.Os artistas não precisam estar em cima de motos, domando leões ou tirando moeda da orelha de garotinhos.Basta a sua capacidade, o seu talento e o completo domínio dos seus movimentos.Ah, seria injusto não incluir na observação a iluminação e o figurino, que são também impecáveis. Essenciais pra compor aquele quadro perfeito.
“Assistir a um espetáculo do Cirque de Soleil” deveria ser mais um dos tópicos a serem incluídos na lista de “Coisas a se fazer antes de morrer”, que todo mundo já fez ou pensa em fazer. Surreal, foi a melhor palavra que eu consegui usar pra definir.

Aquilo lá, não tem preço

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Coerência

Talvez tivesse que ser, alguém tinha decidido por ele.Mas algo sobre a maneira como ela falava, como andava, como sorria, como intrigava.. fizesse a explicação parecer pouco mais justa.
Era meio desligada, e até displicente. Sabia o momento exato de desarmar, iludindo sobre não ter a mínima intenção.E das mais lindas-o tipo de encanto que só se tornava beleza por estar combinado aqueles seus trejeitos e gestos.
Teve medo de esperar demais.Não a culparia se não soubesse o que fazer com tanto amor.. ele próprio jamais soube.O entregava desmedido, às vezes aos poucos, às vezes muito.Tinha um jeito torto de amar, desengonçado e inseguro.Costumava tropeçar, machucar sem querer ou ser machucado o dobro.Se arrependia pelas coisas não ditas, jurava-se de morte pelas impensadamente ditas...
Tentou superar seus limites, mas não conseguiu superar os dela.Tinha pouco a oferecer a alguém tão inconstante (ou semelhante).Conhecia completamente em si, as sensações que ela provocava: entre arrepios, suspiros, ataques e risos.Mas não a conhecia, nem podia.
Mais provável que a culpa enfim, não seja dela ou do seu sorriso meio tímido.Ele tinha no coração um vazio e sem pretensão nenhuma, ela acabou por ter as exatas dimensões daquele espaço.Quiçá o molde se tornasse diverso..

sábado, 31 de janeiro de 2009

A chave

Assustam-me os corações vazios.Assustam-me as mentes fechadas, as bocas abertas e as almas aprisionadas.Prefiro ver corações ocupados e mentes confusas.Prefiro bocas que não se abrem em vão e esperam pelo apelo do espírito - este, sempre livre.Admiro quem agarra o risco, brinca com a sorte e perde olhando em frente.Prefiro me aliar à coragem, do que a precaução covarde dos prudentes de araque.Não creio que erram os que amam, sofrem e recorrem à novos amores apostando as mesmas fichas. Têm o coração livre, de tanto perder ganham muito. Arriscar deve ser a chave de todos os nossos conflitos. Afinal, o medo só me tem trancado portas..

sábado, 1 de novembro de 2008

fiz/faço

Persegui templos, pra me encaixar onde não deveria.
Procurei todo argumento, encontrei mãos quase sempre vazias.
Segui caminhos tortos, gastos, desajustados.
Tropecei em laços desamarrados, fracos e inacabados.
Achei que alguém completasse ou que uma hora bastasse.
Afinal o fim era sempre feliz, que chegasse.
Andei sentindo de ódio a amor, sobrou a razão.
Diz-se haver mais que paredes, que tetos, que janelas, que chão.
Não os descobri... até então.


:)

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Re-ação

Aquela imagem nunca saiu da minha cabeça. Um menino sorridente, de seus quase seis anos, com o queixo encostado na janela aberta do carro.Bastou o “Tio, o senhor tem dez centavos?” para desestruturar qualquer um.Me senti ficando com cara de boba enquanto admirava o menino.Tentei entender algo sobre ele, olhei como estava vestido, quem o acompanhava, se levava algo nas mãos.Mais a frente, vi uma moça com uma criança no colo.Provavelmente era a mãe do garotinho que ainda me olhava naquele momento , esperando minha reação.Além de dizer o quanto ele era uma gracinha, o máximo que consegui foi estender umas moedas.Depois da minha ‘gentileza’, ainda o olhei correr e entregar as moedas para a moça, felicíssimo. Virei pra frente e outros pensamentos invadiram minha cabeça, mas até hoje, sempre que escuto a palavra ‘ desigualdade’ lembro do menino.Penso em mim com a idade dele, penso em como os meus filhos talvez pudessem ser tão diferentes dele, mas penso principalmente no pouco que eu fiz e faço por meninos como ele.A sensação de impotência me invade às vezes, e a de comodismo acaba a acompanhando.Não sei se fecho os olhos ou se os abro de vez, tornando muitas das coisas que pra mim eram importantes, em totalmente inúteis e sem sentido.Valeria a pena?