quarta-feira, 13 de maio de 2009

Coerência

Talvez tivesse que ser, alguém tinha decidido por ele.Mas algo sobre a maneira como ela falava, como andava, como sorria, como intrigava.. fizesse a explicação parecer pouco mais justa.
Era meio desligada, e até displicente. Sabia o momento exato de desarmar, iludindo sobre não ter a mínima intenção.E das mais lindas-o tipo de encanto que só se tornava beleza por estar combinado aqueles seus trejeitos e gestos.
Teve medo de esperar demais.Não a culparia se não soubesse o que fazer com tanto amor.. ele próprio jamais soube.O entregava desmedido, às vezes aos poucos, às vezes muito.Tinha um jeito torto de amar, desengonçado e inseguro.Costumava tropeçar, machucar sem querer ou ser machucado o dobro.Se arrependia pelas coisas não ditas, jurava-se de morte pelas impensadamente ditas...
Tentou superar seus limites, mas não conseguiu superar os dela.Tinha pouco a oferecer a alguém tão inconstante (ou semelhante).Conhecia completamente em si, as sensações que ela provocava: entre arrepios, suspiros, ataques e risos.Mas não a conhecia, nem podia.
Mais provável que a culpa enfim, não seja dela ou do seu sorriso meio tímido.Ele tinha no coração um vazio e sem pretensão nenhuma, ela acabou por ter as exatas dimensões daquele espaço.Quiçá o molde se tornasse diverso..