segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Re-ação

Aquela imagem nunca saiu da minha cabeça. Um menino sorridente, de seus quase seis anos, com o queixo encostado na janela aberta do carro.Bastou o “Tio, o senhor tem dez centavos?” para desestruturar qualquer um.Me senti ficando com cara de boba enquanto admirava o menino.Tentei entender algo sobre ele, olhei como estava vestido, quem o acompanhava, se levava algo nas mãos.Mais a frente, vi uma moça com uma criança no colo.Provavelmente era a mãe do garotinho que ainda me olhava naquele momento , esperando minha reação.Além de dizer o quanto ele era uma gracinha, o máximo que consegui foi estender umas moedas.Depois da minha ‘gentileza’, ainda o olhei correr e entregar as moedas para a moça, felicíssimo. Virei pra frente e outros pensamentos invadiram minha cabeça, mas até hoje, sempre que escuto a palavra ‘ desigualdade’ lembro do menino.Penso em mim com a idade dele, penso em como os meus filhos talvez pudessem ser tão diferentes dele, mas penso principalmente no pouco que eu fiz e faço por meninos como ele.A sensação de impotência me invade às vezes, e a de comodismo acaba a acompanhando.Não sei se fecho os olhos ou se os abro de vez, tornando muitas das coisas que pra mim eram importantes, em totalmente inúteis e sem sentido.Valeria a pena?

5 comentários:

Alter Ego disse...

Qual a demora de você me dizer q fez blog?Hum, isso mesmo Lilo é bom demonstrar o que se pensa e além do mais treinar a escrita é ponto positivo. Mas então, Salvador por si só já é uma capital de desigualdade e não precisamos andar muito para conseguir ver esse mal. Infelizmente é nesse mundo em que vivemos, onde alguns têm pouco, outros têm muitos e muito mais não tem nada. O que me intriga é ver muita gente que pode fazer diferente assistir tudo isso de braços cruzados. Beijão

Unknown disse...

mt lindo minha cami!
to orgulhosa dessa visao de mundo q vc tem

Lucas Franco disse...

Cenas de desigualdade chocam realmente, ja fiquei mal por passar situações como as que você passou nessa crônica, mas hoje estou mais tranquilo (o que não significa comodismo) porque sinto menos culpa pelos acontecimentos (antes eu achava que força de vontade bastava para vencer os desafios do mundo, hoje, vejo que muitas pessoas antes de mim pensaram a mesma coisa, então, o que podemos fazer é a nossa parte, como na história do beija-flor que tenta apagar o incêncio com pequenas gostas de água, pois a mobilização dos beija-flores apagará esse enorme incêndio que bombeiro algum possa apagar).

Pedreira disse...

adorei o texto e visão que você teve. =]

rafa disse...

adorei o q vc escreveu...
muitas vezes e sinto assim...
e vem uma tristeza q nao da para explcar.